4º 48hrs Overnight Camp @Nordeste
Carção é uma freguesia portuguesa do concelho de Vimioso, no distrito de Bragança, região Norte de Portugal e sub-região do Alto Trás-os-Montes com 27,60 km² de área e 419 habitantes (2011), com densidade populacional de 15,2 hab/km². Situa-se no nó de convergência entre as aldeias de Argozelo e Santulhão, e é passagem obrigatória para quem se dirige à sede de concelho, da qual dista dez quilómetros. Tem por limites as freguesias de Argozelo, Pinelo, Vimioso, Santulhão e terras do concelho de Bragança. Não tem anexas, mas outrora compreendia cinco casais no rio Maçãs e onze moradores na Quinta da Veiga. Pertenceu ao antigo concelho de Outeiro, extinto em 1855, tendo passado a integrar o concelho de Vimioso.[1]
Os habitantes de Carção estão ligados ao comércio desde tempos muito antigos. Um grande número dos seus habitantes são descendentes de judeus que se refugiaram no século XV nas aldeias raianas. A importância do legado judaico revela-se no símbolo da junta de freguesia de Carção que tem no brasão uma mezuzá e uma menorá, o candelabro de sete braços, um dos mais antigos símbolos judaicos.
Nesta viagem só para começar a pedalar, fizemos 540 km rumo ao nordeste mais remoto e menos conhecido de Portugal.Saímos de Setúbal sexta feira pelas 16:00, apanhar o Manuel e o Carlos e despachar pois tínhamos a promessa, que se chegássemos ao destino antes das 21:30, ainda iríamos a tempo para o jantar, uma costeleta ou uma posta Mirandesa...
Com o tempo a escassear lá combinamos para nos encontrarmos na área de serviço de Leiria com o Luís, o Ricardo, o Carlos e o Luciano:-)
nordest sardinha em quadro em aço cromoly e rodas 27,5 plus |
De volta à estrada e com a avaria resolvida foi acelerar para apanhar os companheiros que já iam a caminho, uma chamada do Carlos para esperarem por nós na área de serviço de Leiria e quase ao mesmo tempo que dizia que estava a 40km...eles viram-nos a passar e ainda lhes dissemos adeus :-)
as costeletas...mirandesas |
A seguir ao IP3 apanhamos a A24 e depois de Vila Real a A4 até á saida para Vimioso, mais um bocado em curva contra curva e finalmente ás 21:30 chegada Carção onde nos aguardava uma bela posta e umas costeletas maiores que os pratos.
Entretanto o Lúcio e o Paulo Pereira já tinham chegado e estavam á nossa espera para jantar, na companhia do anfitrião do evento o Pedro Jerónimo, que tem as suas raízes nesta aldeia raiana.O Nuno ainda vinha de comboio...e só apareceu de madrugada, mesmo assim ainda teve tempo de estender o saco cama e passar pelas brasas.
a descarregar na chegada a Carção |
Foi a melhor receção que se podia esperar, boa comida, conversa animada com o Pedro Jerónimo que sabe muito de bicicletas.... muitas questões e duvidas e tudo bem explicado, sobre o prototipo que estava em testes, a Nordest Sardinha, e tambem sobre quadros, geometrias e bicicletas em geral, conversa interessante, que não fosse os 80 kms do dia seguinte, teria durado ainda mais....mas tínhamos a terra fria à nossa espera...
titanio e o pinion...uma rolls royce por medida |
Depois do concurso do... ressonas tu, ressono eu, a alvorada foi ao som do sino da igreja com a clássica "Avé...avé... Maria ...a treze de maio na cova de iria..." prometia um dia em grande.
Arrumar o material , carregar as burras e tomar o pequeno almoço no café local, dizer e ouvir uns genuínos bom dia de gente simpatica e curiosa, ver passar a carroça carregada de erva e o burro e o dono do burro que vêm ao "mata bicho" logo pela manhã só é possível nestas aldeias do interior.
A saida de Carção https://www.facebook.com/lmgomes/videos/10210336755799913/
O trajeto previsto era cerca de 80 km no primeiro dia e 50km no segundo com mais de 2000mts de acumulado, e na aplicação do Nuno ficou assim:
A bom ritmo e com belas paisagens lá fomos devorando quilómetros em direção a Argozelo, a principio sem muita dificuldade mas quanto mais descíamos na direção do rio Maçãs mais se percebia que a seca que assola muitas zonas de Portugal é bastante evidente aqui. A beleza natural está cá, mas foi a primeira vez que vi uma praia fluvial sem nenhuma agua...e rios quase secos.
ponte sobre o rio maçãs onde foi a unica vez que nos cruzamos com um trator |
No fim do dia já bastante cansados das subidas mesmo a subir :-) , tivemos a surpresa de ter o Miguel Vilhena à nossa espera com uma mini fresquinha, fez 500km de "aspirador" para estar uns momentos com o pessoal, grande Miguel para a próxima será a pedalar se as costas o deixarem.
o shrek lá do sitio |
A dormida foi na AEPGA(www.aepga.pt) associação para o estudo e proteção do gado asinino na aldeia de Atenor. Um sitio onde se preserva o burro mirandês e que nos permite ter uma opinião diferente sobre estes animais que de burros apenas têm o nome.
No fim do dia cansados mas encantados lá montamos as tendas e preparamos as comidas , ao olhar para o céu já não me lembrava da ultima vez que tinha visto tantas estrelas...
Alem da companhia dos burros tivemos direito a um banho de mangueira de agua fria ao luar...que deixou o pessoal mais fresco para o jantar.
Preparar os tachos e provar a receita de pasta com cogumelos desidratados que o Paulo Pereira tinha preparado, por sinal bem melhor que as de compra...
Acordar ao som de um burro a zurrar é único...a noite não foi muito fria e logo pela manhã o Carlos meteu a maquina do café a bombar e fez uma cafezada para o pessoal.
Carregar as maquinas e voltar à estrada... o nosso guarda noturno, uma cadelita que nos acompanhou nos ultimos quilometros do dia anterior, resolveu fazer os primeiros 10km antes de voltar para tras.
No ultimo dia o cansaço acumulado, as subidas e o calor que se fazia sentir começaram a causar alguns atrasos e o grupo começou a andar mais separado, mas no final chegamos todos a Carção onde fizemos o briefing final e ainda tivemos direito a uma tshirt da Nordest, simbolizando a dureza e a beleza rude desta região.
Agreste mas com gente, gente que sabe receber e que também necessita de ser valorizada ,visitada e a região promovida para continuar a manter essa gente.
Ao organizador deste evento o Pedro , uma palavra especial de agradecimento por nos ter recebido como amigos, e por querer apostar na região das suas raízes, para o seu projecto de bicicletas em aço, de que este prototipo, o modelo sardinha, especifico para longas viagens e para o bikepacking, é um exemplo. da Nordest (https://nordestcycles.com/) e do modelo em teste posso dizer que descia muito depressa mesmo sem suspensão à frente, a subir também tem uma boa geometria e fiquei com vontade de voltar a experimentar...https://nordestcycles.com/noticias/encuentro-lisboa-test-del-nuevo-prototipo
As maquinas de bikepacking.....e as adaptações :-)
duas linguas mesmo em portugal |
aqui à sempre tempo para a conversa |
as amoras estão sempre à mão... |
a despedida com a foto de grupo depois de dois dias de convívio e aventura |